
Pais, Mães, Filhos de Santo e simpatizantes do Axé, que durante suas infâncias não tiveram oportunidade de estudar devido às dificuldades da vida e de seu tempo, agora estão participando do curso Alfabetização EJA – Letras Sagradas, realizado pelo Instituto Federal do Piauí, em parceria com os povos de terreiros do Estado.
No último sábado, 24 de outubro, foi realizada a primeira aula presencial do curso “Alfabetização EJA – Letras Sagradas”. O encontro marcou o início de uma jornada de aprendizado, identidade e valorização cultural que promete inspirar todo o Brasil.
“Mais do que ensinar a ler e escrever, o projeto busca alfabetizar com sentido, com alma e com respeito às raízes ancestrais”, comenta Mãe Núbia de Xangô, representante do Movimento de Matriz Africana em Teresina.





As aulas utilizam materiais didáticos produzidos a partir de termos, símbolos e conteúdos próprios das religiões de matriz africana, reconhecendo a força espiritual, cultural e histórica desses saberes. Essa metodologia inédita reforça o poder da educação como ferramenta de libertação e afirmação da identidade de um povo.
Além da disciplina de construção da língua portuguesa, o curso também oferece uma disciplina especial sobre cultura, tradição e direitos dos povos originários e tradicionais. Essa integração de saberes tem como objetivo fortalecer o sentimento de pertencimento, resgatar a história, valorizar as trajetórias e reafirmar os direitos e deveres de cidadania de cada participante.
A primeira aula foi um momento de emoção e celebração. Entre cânticos, palavras de acolhimento e olhares cheios de esperança, cada estudante reafirmou que aprender é também reconhecer-se como parte viva de uma história de resistência e sabedoria.
Segundo a coordenadora geral do EJA – IFPI Louise Tatiana, o curso “Letras Sagradas” nasce como um símbolo de que a educação pode — e deve — respeitar e valorizar as múltiplas formas de ser, crer e viver. “É o início de um novo capítulo em que a alfabetização se torna um ato sagrado de empoderamento e ancestralidade”, afirma a coordenadora.
Com o “Letras Sagradas”, o IFPI reafirma seu compromisso com uma educação pública que respeita as diferenças, valoriza as identidades e reconhece a pluralidade de saberes que formam o Brasil.
VEJA NO VÍDEO ABAIXO:
*Com informações do IFPI







