
Um grupo de 10 mulheres que participa da Associação das Quebradeiras de Coco de Miguel Alves, no norte do Piauí, foi selecionado no edital da Fundação Banco do Brasil para a criação da primeira fábrica de sabonete artesanal feito com óleo de babaçu. Com o projeto, haverá um aumento significativo da renda e estímulo ao empreendedorismo.
A fábrica será instalada na localidade Retrato, no município de Miguel Alves, a 20 quilômetros do Centro da cidade. Na comunidade existem extensas matas de babaçuais com livre acesso das mulheres que, há anos, trabalham com a quebra do coco babaçu.

O projeto, que teve o apoio da ex-governadora Regina Sousa, beneficia mulheres que hoje produzem vários produtos à base do coco babaçu como o azeite, óleo, massa do mesocarpo e biscoitos.
As quebradeiras de coco estão em fase de finalização do projeto, para que os recursos sejam liberados para a associação. Após a reforma da casa que vai abrigar a fábrica, serão realizados cursos no local sobre a produção de sabonetes, gestão de negócios e criação de embalagens com o uso de materiais aproveitados nos babaçuais.
Maior exploração do potencial produtivo do coco babaçu
Haverá uma maior exploração do potencial produtivo dessa palmeira considerada uma mãe para muitas famílias e que é abundante na região.

Do coco babaçu nada se perde. Além do alimento de qualidade e do carvão vegetal, a palmeira pode gerar renda por meio do artesanato e da produção de adubos naturais.
Com essa visão, o movimento das quebradeiras de coco babaçu defende a preservação e conservação da palmeira e o livre acesso às matas de babaçuais. Com essas árvores preservadas, os produtores do setor podem manter a atividade e ampliar a renda para o sustento das famílias e geração de produtos bem aceitos no mercado.
Alzira Sales Pereira, que também faz parte da Associação das Mulheres Quebradeiras de Coco de Miguel Alves, disse que o projeto de criação da fábrica de sabonete vai proporcionar aumento na renda das famílias da comunidade e contribuir com a economia local e estadual e com a preservação do meio ambiente.
“Como sócia, produtora e trabalhadeira, a fabricação de sabonete artesanal, que terá como base o óleo de coco babaçu, vai combinar muitos fatores econômicos, sociais, culturais e ambientais. Hoje temos uma região bem extensa de babaçu e nunca falta. A gente trabalha com cuidados, com preservação para a gente sempre ter a matéria-prima. A fabricação dos sabonetes vai ser muito importante para a nossa comunidade e para o Piauí. Vai dar, sem dúvida, uma visibilidade muito grande aos nossos trabalhos”, conclui a produtora.