
Durante a participação na COP Nordeste – Nordeste Protagonista da Transição Ecológica, em Fortaleza (CE), o governador Rafael Fonteles, que também preside o Consórcio Nordeste, acompanhou o anúncio do resultado da chamada pública de projetos para o Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB). A iniciativa superou expectativas e revelou a força da região para liderar a neoindustrialização sustentável do país.
No Piauí, as propostas apresentadas somam R$ 9,2 bilhões em demanda por crédito, distribuídas em áreas estratégicas como a transição energética com foco em armazenamento, que concentra R$ 253,9 milhões; a bioeconomia voltada para fármacos, com R$ 58,8 milhões; o hidrogênio verde, responsável por R$ 4,7 bilhões; os data centers verdes, que totalizam R$ 3,9 bilhões; e o setor automotivo e de máquinas agrícolas, com R$ 27,2 milhões. Outras propostas inscritas em mais de um tema somam ainda R$ 128 milhões em demanda de crédito.
Rafael Fonteles destacou que a iniciativa marca um novo momento para o Nordeste e evidencia a necessidade de ampliar a oferta de crédito público para a região.
“Hoje realmente é um dia histórico para o Nordeste. Durante muito tempo se justificou que o baixo acesso a crédito acontecia por falta de projetos. Essa chamada provou o contrário, quando o edital foi aberto, surgiram propostas que somam mais de 10 vezes o valor inicialmente previsto. Isso mostra que o Nordeste tem capacidade de liderar a nova indústria do Brasil, mas precisa de mais crédito para corrigir uma distorção histórica. E é importante ressaltar que é o governo do presidente Lula que está corrigindo essa desigualdade, colocando mais crédito dos bancos públicos com juros subsidiados à disposição de projetos na nossa região”, afirmou o governador.
A Chamada Nordeste foi realizada em parceria com os bancos públicos federais (BNDES, BNB, BB, Caixa e Finep), com apoio da Sudene e do Consórcio Nordeste. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, Aloizio Mercadante, ressaltou que os projetos apresentados confirmam o potencial da região.“O BNDES fez, com as instituições parceiras e o Consórcio do Nordeste, um grande esforço de viagens e encontros empresariais percorrendo todos os estados da região Nordeste para apresentar a chamada de projetos. O resultado foi extraordinário e apontou o enorme potencial da região. Nosso compromisso é que os projetos consistentes serão atendidos, mesmo que para isso a gente tenha que elevar os valores inicialmente alocados para essa chamada. Sob orientação do presidente Lula, o banco está de mãos dadas com o Nordeste para transformar boas ideias em oportunidades concretas”, disse o gestor.
O presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, reforçou o papel estratégico da iniciativa. “A Chamada Nordeste mostra a força da nossa região e a confiança dos investidores no papel estratégico que o Nordeste terá na Nova Indústria Brasil. É um passo importante e concreto para avançarmos em setores de futuro, como hidrogênio verde, energias renováveis e bioeconomia”, frisa o gestor.
Para Rafael Fonteles, que também participou da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid), o protagonismo nordestino no debate ambiental e energético tem impacto nacional e internacional. “Este é um momento importante de reafirmar o potencial do Nordeste para a transição energética, a transformação ecológica, a neoindustrialização e para a valorização dos nossos biomas, especialmente a Caatinga, que pode dar uma grande contribuição no enfrentamento às mudanças climáticas”, ressaltou o governador do Piauí.
Chamada Nordeste em números
A Chamada Nordeste recebeu 246 propostas dos nove estados da região, que juntas somam R$ 127,8 bilhões em solicitações de financiamento, quase 13 vezes acima da estimativa inicial de R$ 10 bilhões. Os projetos se concentram em cinco áreas estratégicas, sendo transição energética (54 projetos, R$ 15,3 bilhões), bioeconomia (44, R$ 5,4 bilhões), hidrogênio verde (32, R$ 54,3 bilhões), data centers verdes (35, R$ 16,9 bilhões) e setor automotivo e máquinas agrícolas (40, R$ 25,2 bilhões). Outras 41 propostas envolveram mais de um tema e totalizam R$ 10,4 bilhões.
Os números também revelam o dinamismo do setor produtivo nordestino, 88% das propostas contaram com a participação de pequenas e médias empresas (PMEs), 73% envolveram cooperação com instituições de ciência e tecnologia e cerca de 30% foram apresentadas em consórcio. As propostas seguem agora para avaliação até 28 de novembro, depois disso, os projetos selecionados receberão suporte conjunto das instituições financeiras, que irão estruturar os instrumentos de apoio mais adequados.