Teresina - PI
agosto 14, 2025 19:08

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Centro Histórico de Teresina se reinventa e atrai público à noite

Quando o sol se põe e as calçadas começam a esvaziar, o Centro de Teresina ganha novos sons e cores. No lugar do silêncio, é possível ouvir o som de violões e reencontros que voltam a ocupar as ruas históricas da capital em bares de esquina e espaços criados dentro de casas antigas. Esse movimento cultural está devolvendo vida e energia a uma região que guarda parte importante da memória da cidade, prestes a celebrar seus 173 anos no próximo dia 16.

“Queríamos um espaço que trouxesse de volta a vivência do Centro, como vemos em outras cidades. O resultado superou as expectativas e criou um movimento de resistência cultural”, conta o empresário Fábio Nery, proprietário de um bar recentemente aberto, na Rua Lisandro Nogueira.

O espaço recebe shows, promove encontros e ajuda a criar uma nova cena cultural no Centro da capital, estimulando a economia criativa e mostrando que o Centro pode ser vivido também à noite. “Teresina estava precisando de lugares assim. Essa revitalização ajuda a fortalecer a cultura do nosso estado, que é tão importante para a gente”, destaca Samuel Cavalcante, músico, que sempre frequenta o local.

Durante o dia, a paisagem do Centro é outra. Como núcleo econômico e administrativo da cidade, o movimento é de trabalhadores e consumidores, que cruzam com os principais ícones do patrimônio histórico piauiense: o Theatro 4 de Setembro, a Igreja de São Benedito, o antigo quartel da Polícia Militar e casarões que resistem ao tempo.

Para moradores como Wilson Cordeiro, que vive há mais de seis décadas na mesma casa no Centro, a região guarda lembranças de uma infância marcada por brincadeiras de rua, quintais vizinhos e idas ao cinema e ao teatro. “A gente ia de um quintal para o outro pelo muro. Era muita intimidade. No fim de semana, tinha o matinê no Cine Rex e apresentações no 4 de Setembro. Foi uma infância feliz”, recorda.

A filha dele, a arquiteta Tainá Araújo, cresceu nas mesmas ruas e hoje defende a preservação da memória arquitetônica da cidade. “A arquitetura conta histórias. Quando uma casa antiga é demolida, perdemos parte da nossa memória coletiva”, afirma. Para ela, a revitalização do Centro é dar novos usos a esses espaços, mantendo viva a identidade local.

O arquiteto e urbanista Carlos Kaiser reforça essa visão, destacando que preservar o Centro Histórico de Teresina é preservar a essência coletiva da cidade. “A gente tem que preservar a nossa identidade, como pessoa e como sociedade. Da mesma forma que conheço a minha história como arquiteto, também preciso conhecer a história do lugar onde nasci. É assim que mantemos viva a memória e fortalecemos o sentimento de pertencimento”, afirma.

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