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dezembro 21, 2024 11:31

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Dia do Jornalista, Educação Digital, STF e o Elon Musk, disputas e regulamentação: tudo ao mesmo tempo agora

Redes Sociais

Crimes estão ocorrendo nas redes sociais. Não é de hoje. Parece óbvio. E é. Porém, há um gargalo, um distanciamento entre as vítimas e quem deveria combatê-los [os crimes]. Enquanto a elite e seus gestores discutem a regulamentação das redes sociais, tão somente a reboque, pautados, sei lá, pelo Elon Musk, como forma de evitar a ameaça das bigtechs à soberania brasileira e consequentes ataques às instituições nacionais como o STF, o Congresso, institutos de pesquisas e à própria Democracia, há simplesmente crimes básicos nas redes tirando diariamente dinheiro de brasileiros que sequer sabem da existência dessa discussão, preocupados em reaver o pix feito por uma moto ou TV que nunca existiu, além da foto de um anúncio fake; ou se conformando com o registro de um Boletim de Ocorrência numa delegacia de crimes virtuais e se achando as pessoas mais idiotas do mundo por terem seus WhatsApps clonados ao terem clicado naquele link de distribuição de gás gratuito, ou ainda, recebendo ligações ameaçadoras de dentro de presídios.

São golpes virtuais como falsa venda de produtos em comunidades do Facebook e OLX, por exemplo. São mulheres sendo perseguidas e ameaçadas de ter fotos íntimas vazadas, são crianças induzidas à automutilação, ameaças de ataques às escolas divulgados nas redes, são exposições de menores e vendas de conteúdo infantil de cunho sexual em diversas plataformas, discursos de ódio, vazamento e venda de dados e muito mais.

A falta de traquejo na disputa por narrativas no Brasil permitiu que o termo “regulamentação” se transformasse em sinônimo de “censura”. A concentração das concessões de rádio e TV nas mãos de poucos, a caça às rádios comunitárias, a “livezação” na pandemia, a “tiktokilização” do cotidiano, as áreas instagramáveis de grandes e pequenos eventos, o criador de conteúdo, o social media e o storymaker como novas profissões são páginas de um Brasil recente que o Brasil não acompanhou.

Entre gatonets, provedores de internet e conectividade via 3g e 5g, pesquisas como o PNAD/IBGE e TIC Domicílios apontam que hoje há entre 84% e 91% das residências conectadas à internet. Em 2023, 84% da população acessou a internet, representando 156 milhões de brasileiros, ou seja, mais da metade do país. Outro dado importante é que aproximadamente 97% dos usuários da classe A usam a internet tanto por Wi-Fi quanto pela rede móvel, enquanto nas classes D e E, 36% acessam exclusivamente por Wi-Fi e 11% só pelo 3G.

Mas quanto destas pessoas fazem uso com um mínimo de segurança? Quanto delas não já perderam ou esqueceram suas senhas e tiveram de criar vários perfis para uma mesma rede social? Quantas delas utilizam as mesmas senhas das redes sociais em aplicativos bancários, facilitando o rastreamento e hackeamento de seus dados? São questões que provam a fragilidade desse acesso à internet.

Faz-se necessária, para além da regulamentação, a educação digital do brasileiro. É saudável por em prática um projeto de comunicação popular e digital nas comunidades urbanas, favelas e periferias que atualizem os moradores quanto a esses novos golpes, quanto a nomenclaturas como “stalking”, “fishing”, “cyberbulling”, “bigdata”. Falo da criação de um programa que combata a desinformação e evite prejuízos financeiros ou morais via plataformas digitais, isso para que a própria população coopere, seja ouvida e aliada no processo de regulamentação das redes, para que o povo não se sinta silenciado no único meio em que consegue ter voz, onde pode criar e divulgar seus conteúdos, suas inovações, inspirações, seu cotidiano e mostrar, enfim, sua existência.

Um projeto que, inclusive, possibilite a população criar e ter suas memórias guardadas, salvando em nuvens seguras as fotos, vídeos e registros de momentos especiais para as comunidades, como batizados, casamentos, aniversários e formaturas dos seus, por exemplo. Muitos da minha geração sequer possuem foto quando crianças; alguns quando possuem, aparecem lá no canto do retrato esmaecido, no aniversário de um coleguinha que tinha mais condições na época. Um aparato desses é importante, pois muitos se valem de achar que seus registros estarão para sempre guardados no álbum publicado no facebook ou no carrossel do Instagram, esquecendo pela história, que as próprias redes sociais costumam ter vida útil breve e desaparecem, como foi o caso do Flogão, do Orkut e MSN. Inclusive, saudades, bons tempos de comunidades e de apertar o botão de chamar atenção no Messenger. Quem viveu, sabe!

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