Teresina - PI
dezembro 22, 2024 03:28

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Documentário sobre o Sanatório Meduna será exibido no Sesc Cajuína

No ano em que completa sete décadas da  inauguração do Sanatório Meduna, documentário resgata a história da Instituição Psiquiátrica que introduziu, no estado, os tratamentos médicos  para doentes mentais e, ao longo de 56 anos impactou a forma como os piauienses conviviam com os doentes mentais. Meduna –  Quem sabe onde está a Loucura?, conta a saga da construção até o fechamento, em 2010, quando fechou as portas. “Mesmo fechado há quase 15 anos, o Meduna ainda suscita muita curiosidade nas pessoas. Há muitas lembranças,  o medo que cercava o lugar e fala-se até em uma energia em torno do que restou do prédio”, diz a jornalista Cinthia Lages, que idealizou o projeto  e dirigiu a produção

Desde a sua inauguração, em 21 de abril de 1954, o  manicômio, cuja arquitetura foi inspirada nas fazendas espanholas, o Meduna  foi da representação do sonho do seu criador, o médico Clidenor de Freitas Santos (1913 – 2000) . Nesse período, cerca de 100 mil  pacientes de estados do Norte e Nordeste foram internados lá. O documentário vai mostrar o destino do acervo do sanatório, da estátua de Dom Quixote, inspiração do fundador e até da tela do pintor Cândido Portinari, doada ao manicômio. “São documentos raros que serão revelados pela primeira vez. Um deles é a ficha psiquiátrica de Torquato Neto, um dos pacientes do Meduna”, antecipa Cinthia.

O nome do sanatório foi uma homenagem ao psiquiatra húngaro Von Meduna, criador da técnica de eletrochoque, implantada na Instituição piauiense. “O primeiro aparelho de eletrochoque do Brasil foi construído em Teresina, pelo Clidenor e pelo eletricista Benedito Almeida”, conta o médico aposentado Anfrísio Castelo Branco Neto que, aos 10 anos, foi à solenidade de inauguração do Meduna e, após a formatura, trabalhou no manicômio.


Além de médicos que passaram pelo corpo clínico do Meduna, ex-funcionários, familiares do Clidenor de Freitas Santos, o documentário também ouviu ex-pacientes, que foram internados em períodos distintos e cujos depoimentos revelam o início da decadência da Instituição, que acompanhou as mudanças na Política de Saúde Mental do Brasil. “ Sou uma sobrevivente do Meduna”, diz a dona de casa Maria Rosa Pereira, internada, pela primeira vez, aos 15 anos de idade,
” eu queria ter estudado, ter me formado. Perdí minha vida lá”, desabafa.

Após a implantação de uma política antimanicomial, os hospícios passaram a enfrentar dificuldades financeiras. No Piauí, o Ministério Público do Estado precisou intervir após denúncias da situação do Meduna. Cinco anos depois do fechamento, em 2015, o prédio e o terreno do Sanatório foram vendidos para o Grupo Sá Cavalcante.

 Ainda hoje, para os piauienses, Meduna é sinônimo de loucura!


Serviço
Meduna – “Quem sabe onde está a Loucura? “
Duração: 55 minutos

Realização: Rey Produções
Roteiro e direção: Cinthia Lages
Produção Executiva: Amália Chaves
Direção de Fotografia e Colorização: Vini Lus
Montagem e Edição: Vini Luz
Trilha Sonora Original: Iago Guimarães
Jenipapo Studio
Redes sociais
@medunafilme –  Imajyn Branding Studio

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