
Os líderes do Progressistas nacional se reuniram nesta terça-feira e votaram aval para que o presidente do partido, o senador Ciro Nogueira avance nas tratativas para a federação entre a agremiação e o União Brasil. Com isso, o UB deve agora se reunir internamente com seus parlamentares e chegar a consenso semelhante.
“Em reunião convocada pela presidência do Progressistas para consultar a Executiva Nacional sobre a formação de federação partidária com o União Brasil, após intensa discussão, deputados federais, senadores e presidentes de diretórios estaduais decidiram, por unanimidade, dar pleno aval à presidência do partido para prosseguir as tratativas no sentido de consolidar a criação da federação. A federação, ao ser concretizada, se tornaria o maior grupo político da Câmara, com 59 deputados federais do União Brasil e 50 do Progressistas, num total de 109 parlamentares. No Senado, as bancadas do Progressistas e do União têm seis e sete parlamentares, respectivamente, totalizando 13 senadores“, postou o perfil do PP no Instagram.
VEJA NO VÍDEO ABAIXO:
SOBRE A POSSÍVEL FEDERAÇÃO:
1. Convergências e Divergências
Ambos os partidos possuem um histórico de forte presença no chamado “centrão”, operando com pragmatismo político e buscando ocupar espaços estratégicos no governo, independentemente da coloração ideológica do Planalto. No entanto, enquanto o Progressistas tem uma identidade mais consolidada no fisiologismo tradicional, União Brasil ainda sofre com sua fusão recente (DEM + PSL), carregando divisões internas e uma indefinição programática maior.
Se, por um lado, a federação pode fortalecer sua representatividade no Congresso e garantir maior acesso a recursos do fundo partidário, por outro, a fusão dessas culturas políticas pode gerar dificuldades na distribuição de poder dentro da legenda unificada.
2. Impactos Eleitorais
A federação poderia criar uma das maiores bancadas do Congresso, com musculatura para influenciar pautas econômicas e políticas públicas relevantes. Além disso, garantiria uma presença robusta nos estados, aumentando sua competitividade para eleições municipais e estaduais. Contudo, a necessidade de permanecer unido por pelo menos quatro anos pode ser um desafio, especialmente considerando as disputas regionais e o apetite por cargos.

3. Relação com o Governo e a Oposição
Atualmente, União Brasil tem uma postura ambígua, com parte da bancada aliada ao governo Lula e outra mais independente ou até oposicionista. O Progressistas, por sua vez, tem histórico de adesão pragmática ao governo da vez. Se a federação se concretizar, haverá uma tensão natural: seguir orbitando o poder ou assumir um papel de oposição mais estruturada?
Resumindo
A federação entre Progressistas e União Brasil teria potencial para moldar o jogo político nacional, mas seu sucesso dependerá da habilidade de acomodar interesses internos e definir um rumo estratégico claro. Caso contrário, pode se tornar uma experiência turbulenta, com disputas internas e dificuldades em manter a coesão ao longo do tempo.