Orangotango selvagem é visto usando planta para curar ferida. Um artigo lançado na revista Scientific Report mostrou que um orangotango de Sumatra, na Indonésia, se automedicou usando uma pasta feita de plantas para curar uma grande ferida na bochecha.
Segundo os pesquisadores é a primeira vez que uma criatura na natureza é registrada tratando um ferimento com uma planta medicinal. Depois que os pesquisadores viram o orangotango Rakus aplicando o cataplasma de plantas no rosto a ferida fechou e cicatrizou em um mês.
A ferida em Rakus segundo os pesquisadores foi causada por uma possível briga com orangotangos rivais, porque ele emitiu um grito e choro o que os pesquisadores chamam de “chamados longos” e isso aconteceu dias antes de a ferida aparecer.
A equipe então viu Rakus mastigando o caule e as folhas da Akar Kuning – uma planta antiinflamatória e antibacteriana que também é usada localmente para tratar malária e diabetes.
Ele aplicou repetidamente o líquido na bochecha durante sete minutos. Rakus então espalhou as folhas mastigadas em seu ferimento até que ficasse totalmente coberto. Ele continuou se alimentando da planta por mais de 30 minutos.
📸 Retirada do artigo.
Os cientistas já sabiam que os grandes primatas usavam remédios para tentar se curar.
Na década de 1960, a bióloga Jane Goodall viu folhas inteiras nas fezes de chimpanzés, e outros documentaram ter visto grandes primatas engolindo folhas com propriedades medicinais.
Mas nunca tinham visto um animal selvagem aplicando uma planta numa ferida.
Isabella Laumer (Max Planck, na Alemanha) diz que é possível que tenha sido a primeira vez que Rakus tenha feito esse tipo de tratamento.
A descoberta foi divulgada nesta quinta-feira pelos pesquisadores do Instituto Max Planck de Comportamento Animal, da Alemanha. A planta utilizada por Rakus é chamada de Akar Kuning (Fibraurea tinctoria).
Os pesquisadores agora observarão de perto outros orangotangos para ver se conseguem detectar as mesmas habilidades médicas que Rakus demonstrou.
Texto por – Comportamento Primatológoco (@cprimatologico) no Twitter