
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender publicamente a redução da jornada de trabalho no Brasil para 5×2 e o fim da tradicional escala “6×1”, de seis dias trabalhados e apenas um de descanso.
Atualmente a jornada legal no Brasil é de até 44 horas semanais. A proposta debatida que tem entre seus apoiadores lideranças sindicais e do Executivo busca definir uma carga menor, como 40 horas semanais, e extinguir a escala 6×1 para adotar, no máximo, o modelo 5×2 (cinco dias de trabalho, dois de descanso).
Pontos positivos da proposta de redução da jornada
• Mais qualidade de vida e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
Com a diminuição da carga horária e o fim da escala 6×1, trabalhadores teriam mais tempo para descansar, conviver com a família, estudar, cuidar da saúde ou se dedicar a atividades pessoais — reduzindo o desgaste físico e mental.
• Saúde física e mental preservadas
Ambientes de trabalho exaustivos e jornadas longas estão associados a maior estresse, doenças ocupacionais e esgotamento. Trabalhar menos horas e ter mais tempo para recuperação pode melhorar a saúde geral da população trabalhadora.
• Produtividade — sem prejuízo à produção
Como apontado pelo presidente, os ganhos tecnológicos nas empresas permitiram maior produtividade com menos mão de obra. Isso sugere que é possível manter, ou até aumentar a produção mesmo com jornadas menores, garantindo eficiência e qualidade.
• Geração de empregos e redistribuição de carga
Com menos horas por trabalhador, pode haver a necessidade de mais mão de obra para manter níveis de produção, o que pode abrir vagas de emprego. A lógica da carga reduzida tende a favorecer a redistribuição e criação de oportunidades no mercado de trabalho.
• Valorização da dignidade do trabalho
Diminuir a jornada sem cortar salários fortalece a ideia de que trabalho não é exploração, mas parte de uma vida digna e equilibrada contribuindo para maior justiça social e respeito aos direitos dos trabalhadores.
Desafios e o debate em curso
Apesar do entusiasmo com a proposta, ainda há resistências. A versão mais recente apresentada na Câmara dos Deputados propõe redução da carga para 40 horas semanais, mas mantém a escala 6×1, algo criticado por representantes do governo, que consideram insuficiente.
O governo defende que a proposta final contemple não apenas a redução de horas, mas também a garantia de descanso digno, ou seja, o fim completo da escala 6×1 e adoção de modelos que assegurem dias regulares de folga.
Também será necessário negociar com sindicatos, empresas, parlamentares e levar em conta a diversidade de realidades do mercado de trabalho brasileiro da indústria ao comércio, de trabalhadores formais a informais para evitar impactos negativos, especialmente nos setores que operam com horários mais rígidos.







